quarta-feira, 29 de setembro de 2010

EVITANDO OBSESSÕES

(André Luiz)

"Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.

Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo.

Fale tranqüilizando a quem ouve.

Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja viver a existência que Deus lhe deu.

Não descreia do poder do trabalho.

Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.

Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em pontos de vista.

Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.

Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.

Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação pessoal diante dele.

Do livro 'Paz e Renovação', pelo Espírito André Luiz, Francisco C. Xavier) "

O CORPO FALA..

"O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a 'criança interna' tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Preste atenção!O plantio é livre, a colheita, obrigatória!!!
Preste atenção no que você esta plantando, pois será a mesma coisa que você irá colher!!!!"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SER OGÃ É SER RESPONSÁVEL


Na nossa Umbanda, linda e cheia de mistérios, o atabaque é um instrumento de enorme valor e com uma função incomparável dentro do terreiro.

Um Ogã, não é apenas Ogã em dia de gira, sua responsabilidade é tão grande quanto a de um Babalaô.

Não podemos achar que somos apenas “músicos”, pois não somos. Nossa função vai muito além de fazermos um simples som, seja ele harmonioso ou desastroso. O toque tem fundamento e tem porquê, afinal, nada é por acaso.

Por isso que se faz necessário a todos os Ogãs estudarem, procurarem aprender a real essência dessa energia tão poderosa que quebra miasmas e transforma uma corrente em gira.

No candomblé, o Ogã é um Sacerdote escolhido pelos Orixás para estar lúcido durante todo o trabalho religioso, claro, sob forte vibração e irradiação dos Orixás. É “o escolhido” e é abençoado por essa dádiva.

Isso mostra como essa função é importante e faz toda diferença em nossos trabalhos.

Um médium passa por diversas etapas, para quem sabe um dia, se “tornar” um Sacerdote de Umbanda. Estuda a vida toda para obter conhecimentos necessários para alcançar tal feito.

Um Ogã já nasce com a responsabilidade de ser Sacerdote e por isso deve sempre estudar. Deve sim aprender corretamente os toques, os cantos e seus fundamentos.

Um Ogã é como um Pai de Santo, com todas as responsabilidades inerentes ao cargo. Para ser Ogã não basta saber tocar, deve saber o fundamento da Casa, saber qual ponto e a hora certa de usá-lo. É de grande importância para um Terreiro. A necessidade de um atabaque no terreiro não pode ser motivo de desespero ou de atitudes descabíveis, não se pode simplesmente tirar “cara ou coroa” para decidir quem será o Ogã da casa. Isso é imoral diante da grandeza que é essa força.

Observo que muitos ogãs nunca frequentaram uma escola de curimba, não sabem os nomes e o significado dos toques, fazem a chamada de Orixá com um ponto de sustentação. Como isso é possível?

Acredito sim que o estudo, a dedicação e o respeito se fazem mais do que nunca necessários para que possamos dar o nosso melhor como Ogã de um Terreiro de Umbanda. Temos que ter em mente que médiuns, consulentes, nossa Babá e Babalaô, e muito mais importante, os Guias e Orixás precisam que as energias dos atabaques e dos Ogãs estejam em total harmonia para que os trabalhos sejam mais harmoniosos e mais agregadores.

Como tudo na vida, o estudo e a dedicação são primordiais.

Ser Ogã é privilégio dado pelos Orixás e, já que recebemos essa benção, devemos agradecer da melhor forma possível à toda espiritualidade.

Grandes poderes exigem grandes responsabilidades.

Que possamos transformar nossa Umbanda em uma religião digna com belos ritmos e com muita vibração, harmonia e irradiação divina.

Axé!

por Marcos Vinícius Caraccio, Ogã atuante do Centro de Umbanda Carismática."
http://www.umbandacarismatica.org.br/

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Na maior parte das vezes a dificuldade de entendimento se dá pela obsessão (quase um trocadilho) que muitos têm em renegar os significados das palavras, apenas porque são em outro idioma. Querem de qualquer modo dar a elas significados próprios, em nosso idioma ou em suas concepções.

Egum é um termo africano que significa osso, por extensão todos que os têm, ou seja, os seres humanos que os tiveram, seres desencarnados hoje, sob qualquer nível de evolução espiritual, que militam de alguma forma ou qualidade na vida espiritual, influenciando-no
s ou não. (Óbvio que existem os animais vertebrados, mas que não se incluem na questão).

Kiumba é um ser desencarnado que, em função de sua baixa evolução espiritual momentânea, ignora ou se compraz com o mal
que pratica a outros, inclusive nós, seres encarnados. Ora, vemos imediatamente nas definições de Egum e Kiumba duas coisas que demonstram aproximação e distância respectivamente: O fato de serem seres desencarnados e o nível de evolução espiritual.

Kiumba é um ser desencarnado? Sim! Portanto, é um Egum.
Todos os Eguns tem o mesmo nível evolutivo espiritual? Não! Uns o tem mais elevado outros menos. Qual o nível de evolução de um Kiumba? É difícil defini-los numericamente, mas relativamente podemos dizer que é muito baixo. Neste caso podemos afirmar que:
TODO KIUMBA É UM EGUM, MAS NEM TODO EGUM É UM KIUMBA.
Por Robson Nogueira
Exubandeiro - http://exubandeiro.blogspot.com/
A tronqueira

A tronqueira é um assunto bem abrangente, embora não pareça. O princípio vem do tronco, onde os negros eram amarrados e açoitados. E que há uma interpretação simbolicamente sagrada, e pela qual se tem uma firmeza. Por isso, há todo um significado a partir desta interpretação, pois que ali escorreu um sangue, um sangue sagrado, que tornou alguns espíritos imortais...
O tronco é o símbolo do alicerce, do princípio, da força. A força que resistiu o braço do feitor, a injustiça e o “fogo da punição”. Muitas pessoas ainda não refletiram acerca disso e, por exemplo, ficam estagnados ante a histeria de um evangélico quando grita... “O sangue de Cristo tem poder!” Ai eu já respondo de imediato... “O sangue dos escravos também tem poder!”

Assim sendo, a tronqueira é como o alicerce de uma casa. Não se constrói uma casa, começando pelo telhado. E boa parte deste alicerce fica a baixo do solo. Ou como alguns preferem ao referir-se ao mistério... “O que não é visto, não é lembrado”. Eis ai a “pedra fundamental” de um terreiro.

Por outro lado, a tronqueira também pode ser compreendida como a encruzilhada. Neste reino há inúmeras encruzas, macho e fêmea, pares e ímpares. Normalmente subentende-se encruzilhada por “caminhos que se cruzam” simplesmente. Porém, tanto há cruzamentos de dois caminhos, como pode haver cruzamentos de mais que dois.
É o caso da encruza em forma de “Y”, que para os kimbandeiros chama-se tronqueira, e nela, reina um Exu de mesmo nome. Exu Tronqueira. Esta entidade desapareceu dos terreiros por alguma razão descabida, mas “os antigos” lembram bem do caráter deste Exu. A atuação do mesmo, e como ele se apresenta.

Mas aquilo que usualmente no referimos como tronqueira, é nada mais que um assentamento, uma firmeza. E dali parte toda uma estrutura que tem a finalidade de segurar uma corrente mediúnica. Neste momento entra o papel de Exu. A pedra fundamental que “segura” toda a carga gerada pelos trabalhos.




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domingo, 5 de setembro de 2010


"A pipoca na Umbanda, porque ela é usada nos trabalhos?

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.

Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.

A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.

Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá? "

Grupo Mente e Equilibrio - www.mente-equilibrio.blogspot.com

Cobrança Monetária NÃO É UMBANDA!!!

COBRANÇAS DE CONSULTAS NÃO É UMBANDA:

Umbanda é Caridade e Caridade não é dar o que está sobrando, mas dividir o que se tem!
Quando temos a graça de receber em nosso templo sagrado, ou seja, em nossos corpos, as vibrações de nossos guias e mentores, devemos ter esse templo limpo e livre de contaminações terrenas.

A mediunidade é graça divina para a queima de nosso carma, não pode ser maculada com trocas, com venda, ou mercantilização da fé!

Você está maculando os nossos guias e mentores sim! Você está maculando o nome da Umbanda! Você está mercantilizando a fé! Você está trocando por alguns níqueis a palavra do preto velho, a energia de caboclo e isto meu amigo, NÃO É UMBANDA!

Sabemos que a espiritualidade não funciona assim, tudo depende do merecimento de cada um e não do valor pago na consulta. A espiritualidade superior não está á venda!
Eles não precisam de templos bonitos, quem precisa somos nós!

Eles precisam de médiuns que desejem verdadeiramente fazer caridade, ou seja, dividir o que se tem!

Ainda não ficou claro o que é Umbanda? “É a manifestação do espírito para a Caridade” Caboclo das 7 Encruzilhadas por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico. E o que é caridade? É dividir o que se tem.

“Quem não pode com a mandinga, não carrega patuá”, se não tem condições materiais de abrir terreiro, certamente não tem espirituais também! Porque mesmo passando por inúmeras dificuldades, nada justifica cobrar pelas consultas!

E sabe baseada em que afirmo isso? Porque a espiritualidade superior trabalha em favor daquele que reúne as condições espirituais. Eles precisam de tão pouco para trabalhar... nós é que precisamos de muito. Muito aprendizado e humildade! Aceitar o fato de que não reunimos condições (materiais e espirituais) para abrirmos um terreiro é muito difícil... é mais fácil abrir e cobrar pelas consultas. Só que não é Umbanda.

Caboclo Pery"

Grupo Mente e Equilibrio - www.mente-equilibrio.blogspot.com
ENTENDER A LIMITAÇÃO DOS OUTROS
"Muitas vezes exigimos algumas atitudes das pessoas,
especialmente daqueles que nos cercam, esquecendo-nos de que cada ser
é uma individualidade, com pensamentos e modos de agir diferentes.
Não podemos nem temos o direito de exigir coisa alguma de quem quer que seja.
Podemos até aconselhar, mais jamais impor coisa alguma.
Nosso Pai nos criou, dando-nos o livre-arbítrio para que possamos escolher
aquilo que entendemos ser o melhor para nós.
Isto não significa que estamos isentos de fazermos escolhas equivocadas,
pois ainda somos seres imperfeitos, em busca de crescimento.
Todos têm uma longa jornada de aprendizado a seguir, por isso,
não cobremos do outro o que nem nós podemos dar ainda.
Entendamos as limitações dos outros, assim como desejamos que
os outros nos entendam. Nem todos se encontram no mesmo grau de entendimento.
Por isso, respeitemos o tempo de cada um.
Caminhemos buscando o entendimento, baseados nas lições do Mestre Jesus,
auxiliando na medida do possível nossos irmãos de jornada.
Todos seguimos rumo à evolução,
pois para isso estamos aqui nesta escola chamada Terra. "

Grupo Mente e Equilibrio - www.mente-equilibrio.blogspot.com
"Conselhos para os Médiuns"

1º – Conserve sua saúde psíquica, vigiando seu aspecto moral:
a) Não alimente vibrações negativas de ódio, rancor, inveja, ciúme, etc.;
b) Não fale mal de ninguém, pois não é juiz, e via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos;
c) Não julgue que o seu guia ou protetor é o mais forte, o mais sabido, mais, muito mais do que o de seu irmão, aparelho também;
d) Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, comentando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemático e não se esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente.Dê paz ao seu protetor no astral, deixando de falar tanto no seu nome.Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade pois, fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo “ordens e direito de trabalho” sobre você, tem ordens amplas e pode discipliná-lo, cassando-lhe as ligações mediúnicas;
e) Quando for para a sua sessão, não vá aborrecido e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e, sobretudo, de caridade pura, para com o próximo, entre em sintonia com o astral firmando as ligações com as entidades da sua coroa.

2º – Não mantenha convivência com pessoas más, invejosas, maldizentes, etc.
Isso é importante para o equilíbrio de sua aura e dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é partilhar dela. Assim:
a) Faça todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agradecimentos;
b) Tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere;
c) Faça recolhimentos diários, a fim de meditar sobre suas ações;
d) Não conte seus “segredos” a ninguém, pois sua consciência é o templo onde deverá levá-los à análise;
e) Não tema a ninguém, pois o medo é uma prova de que está em débito com sua consciência;
f) Lembre-se de que todos nós erramos, pois o erro é humano e fator ligado à dor, ao sofrimento e conseqüentemente, às lições com suas experiências. Sem dor, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento íntimo, o importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure a senda da reabilitação: para isso, “mate” a sua vaidade e não se importe, de maneira alguma, com o que os outros disserem ou pensarem a seu respeito. Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderão dizer boas coisas de você.

3º – Zele por sua saúde física com uma alimentação racional e equilibrada:
a) Não abuse de carnes vermelhas, fumo, álcool ou quaisquer excitantes;
b) No dia da sessão, não use carne, álcool ou qualquer excitante mais de uma vez; Se possível, evite-os.
c) De véspera e após a sessão, evite manter contato sexual; O ato sexual promove grande escape de energia através do chacra genésico e consequentemente uma grande baixa energética na aura. Vale lembrar tambem que a troca de fluidos corporais também traz em si uma imensa carga energética que pode não ser benéfica.
d) Mensalmente, na fase de lua crescente, use esse poderoso tônico neuropsíquico, sempre à noite: uma colher de sopa de sumo de agrião, batido com duas colheres de sopa de mel de abelha.
e) Todo mês deve escolher um dia para ficar em contato com a natureza, especialmente uma mata, uma cachoeira, um jardim silencioso, etc. Ali deve ficar lendo ou meditando, pois assim ficará a sós com sua própria consciência, fazendo revisão de tudo que lhe pareça ter sido positivo ou não, em sua vida material, sentimental e espiritual.
Saravá as forças da caridade e que nos guias possam ter de nós o apoio necessário para cumprir a dificil mas gratificante missão de fazer bem à todas as pessoas necessitadas de amor, de ajuda e de orientação.
Axé!

Fonte: Grupo Boiadeiro Rei

sábado, 4 de setembro de 2010

Oração ao Mistério Tranca Ruas

Oração ao Mistério Tranca Ruas: "Ao Mistério Tranca-Ruas"
Por Adelaide Scritori

Faço reverência a vós mistério sagrado da criação,
Vós que SOIS a manifestação do divino,
Peço que nesta noite possa se manifestar entre nós,
CONFORME nosso merecimento.
No seu poder, na sua força, e na sua magnitude,
Pelo caminho tripolar que emana de VÓS,
Pelo caminho que só vós conheceis,
Pela força que só a vós pertenceis,
E pelo poder de trancar a VÓS concedido,
Eu peço:
Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas,
Que o ódio e o sentimento impuro que emana da minha alma sejam trancados,
Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada,
Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados,
Que a dissimulação e a superficialidade que nasce da minha língua sejam trancados,
Que o egoísmo e a maldade que transcendem da minha mente sejam trancados,
Que A palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo
Sejam trancados,
Que a capacidade que os meus olhos têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados,
E assim, fonte primária da criação, assim que Trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na vossa essência que tudo isso se desvitaliza, peço a VÓS que:

Destranque todas as portas do meu caminho,
Destranque todas as passagens da minha jornada,
Destranque toda prosperidade material e espiritual,
Destranque o meu coração das amarguras,
Destranque o meu sustento de cada dia,
Destranque os meus corpos espirituais e o meu corpo material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na calada da noite,
Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material,
Destranque o martírio familiar pelo qual eu tenho passado,
Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual,
Destranque a minha liberdade!
Pois vós, Força Sagrada do Divino Criador, é o portador supremo da Vitalidade!

Salve o Mistério Tranca-Ruas!!!
"História da Mentora Vovó Catarina"
(Mas também conhecida como Dona Euzália)


Os tambores tocavam o ritmo cadenciado dos Orixás, e nós dançávamos. Dançávamos todos em volta da fogueira improvisada ou à luz de tochas ou velas de cera que fazíamos. A comida era pouca, mas para passar a fome nós dançávamos a dança dos Orixás. E assim, ao som dos tambores de nosso povo, nos divertíamos, para não morrer de tristeza e sofrimento. Eu era chamada de feiticeira. Mas eu não era feiticeira, era curandeira. Entendia de ervas, com as quais fazia remédios para o meu povo, e de parto; eu era a parteira do povo de Angola, que estava errando naquela terra de meu Deus. Até que Sinhazinha me tirou do meu povo. Ela não queria que eu usasse meus conhecimentos para curar os negros, somente os brancos; afinal, negro - dizia ela - tinha que trabalhar e trabalhar até morrer. Depois, era só substituir por outro. Mas Dona Moça não pensava assim. Ela gostava de mim, e eu, dela. Fui jogada num canto, separada dos outros escravos, e todas as noites eu chorava ao saber que meu povo sofria e eu não podia fazer nada para ajudar. De dia eu descascava coco e moía café no pilão. À noite eu cantava sozinha, solitária. E ouvia o cantar triste de meu povo, de longe. Ouvia o lamento dos negros de Angola pedindo a Oxalá a liberdade, que só depois nós entendemos o que era. E os tambores tocavam o seu lamento triste, o seu toque cadenciado, enquanto eu respondia de meu cativeiro com as rezas dos meus Orixás. A liberdade, que era cantada por todos do cativeiro, só mais tarde é que nós a compreendemos. A liberdade era de dentro, e não de fora.
Aqueles eram dias difíceis, e nós aprendemos com os cânticos de Oxóssi e as armas de Ogum o que era se humilhar, sofrer e servir, até que nosso espírito estivesse acostumado tanto ao sofrimento e a servir sem discutir, sem nada obter em troca, que, a um simples sinal de dor ou qualquer necessidade, nós estávamos ali, prontos para servir, preparados para trabalhar. E nosso Pai Oxalá nos ensinou, em meio aos toques dos tambores na senzala ou aos chicotes do capitão, que é mais proveitoso servir e sofrer do que ser servido e provocar a infelicidade dos outros.
Um dia, vítima do desespero de Sinhá, eu fui levada à noite para o tronco, enquanto meus irmãos na senzala cantavam. A cada toque mais forte dos tambores, eu recebia uma chibatada, até que, desfalecendo, fui conduzida nos braços de Oxalá para o reino de Aruanda. Meu corpo, na verdade, estava morto, mas eu estava livre, no meio das estrelas de Aruanda. Em meu espírito não restou nenhum rancor, mas apenas um profundo agradecimento aos meus antigos senhores, por me ensinar, com o suor e o sofrimento, que mais compensa ser bom do que mau; sofrer cumprindo nosso dever do que sorrir na ilusão; trabalhar pelo bem de todos do que servir de tropeço. Eu era agora liberta, e nenhum chicote, nenhuma senzala poderia me prender, porque agora eu poderia ouvir por todo lado o barulho dos tambores de Angola, mas também do Kêtu, de Luanda, de Jêje e de todo lugar. Em meio às estrelas de Aruanda eu rezava. Rezava agradecida ao meu Pai Oxalá.
Fui pra Aruanda, lugar de muita paz! Mas eu retomei. Pedi a meu Pai Oxalá que desse oportunidade pra eu voltar ao Brasil pra poder ajudar a Sinhá, pois ela me ensinou muita coisa com o jeito dela nos tratar. E eu voltei. Agora as coisas pareciam mudadas. Eu não era aquela nega feia e escrava. Era filha de gente grande e bonita, sabia ler e ensinava crianças dos outros. Um dia bateu na minha porta um homem com uma menina enjeitada da mãe. Era muito esquisita, doente e trazia nela o mal da lepra. Tadinha! Não tinha pra onde ir, e o pai desesperado não sabia o que fazer. Adotei a pobre coitada, fui tratando aos poucos e, quando me casei, levei a menina comigo. Cresceu, deu problema, mas eu a amava muito. Até que um dia ela veio a desencarnar em meus braços, de um jeito que fazia dó. Quando eu retomei pra Aruanda, o que vocês chamam de plano espiritual, ela veio me receber com os braços abertos e chorando muito, muito mesmo. Perguntei por que chorava, se nós duas agora estávamos livres do sofrimento da carne, então, ela, transformando- se em minha frente, assumiu a feição de Sinhazinha! Ela era a minha Sinhá do tempo do cativeiro. E nós duas nos abraçamos e choramos juntas. Hoje, trabalhamos nas falanges da Umbanda, com a esperança de passar a nossa experiência pra muitos que ainda se encontram perdidos em suas dificuldades.


Extraído do Livro (TAMBORES DE ANGOLA)
H. R. por intermédio do Pai 7 Lanças Blog Magos de Aruanda - http://www.magosdearuanda.blogspot.com/
"Boacumba"
"Ouvi dias desses do nosso querido Rubens Saraceni uma expressão que me deixou um tanto quanto perplexo, a 'Boacumba'.


Esse termo veio bem a calhar, muitas vezes nós Umbandistas somos rotulados de estarmos fazendo 'Macumba', rotulam nosso ritual de forma perjorativa, ligando essa expressão a nós de forma a nós ridicularizar, de nós conectar com algo ruim, maligno, de muito mau gosto, um ritual nefasto feito por pessoas malignas, e através do Mestre Rubens 'me caiu' a ficha, já que nós ridicularizam com um termo chinfrim que na verdade tem origem de outra expressão, por que não podemos utilizar outro também de forma irônica a fim de nós defendermos, fazer com que todos vejam em nossos gestos, atitudes, que existe a 'Boacumba', ou seja, que na Umbanda há a beleza, a simplicidade, a caridade e que chega dos Umbandistas serem rotulados pelos outros com formas e expressões que nós denigrem.


Que nós tenhamos culhões e possamos honrar nosso ritual, defender nossa amada religião e quando alguém te dirigir o termos Macumba, responda firme com o termo 'Boacumba', ou seja, somos bons, e como toda expressão idiomática se bastante proliferada acaba entrando em cunho popular, aos poucos esse termo irá preencher o espaço da expressão Macumba.


Irmãos mais importante que discutirmos o uso de uma expressão é sairmos da sombra, defendermos nossa amada Umbanda e assumirmos 'Eu Sou Umbandista', isso sim faz a diferença e trará à tona aquilo que sempre buscamos, podermos cultuar nossos Orixás sem sermos discriminados.


H. R. por intermédio do Pai 7 Lanças
Blog Magos de Aruanda - http://www.magosdearuanda.blogspot.com/
Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto


Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure



Vinícius de Moraes